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“A imigração não é uma humilhação. É a busca de um caminho que permite, além da sobrevivência, dignidade.” A afirmação é da pesquisadora Cleodes Piazza Julio Ribeiro, ao palestrar na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), desta segunda-feira (31), sobre os 140 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. A atividade marcou o lançamento do Mês da Cultura na CIC, que ocorre de 1º a 30 de setembro, numa iniciativa da Diretoria de Cultura da entidade.

Cleodes relatou alguns dos principais episódios que marcaram a imigração italiana, desde a saída da Europa, em 1875, até o período pós-Segunda Guerra Mundial na Região Nordeste do Estado. De acordo com ela, os imigrantes que vieram para o Brasil, predominantemente do Norte da Itália, constituíam uma parcela de camponeses pobres que possuíam uma casa, um pedaço de terra, conheciam o artesanato e viviam a rigidez da hierarquia.  

 “Quem emigra precisa de coragem e isso significa assumir um desafio”, observou a pesquisadora após detalhar as características dos imigrantes, como o empreendedorismo, o individualismo, mas ao mesmo tempo forte espírito comunitário, e a obstinação em fazer bem feito. “O talento está no DNA desta plateia”, afirmou.

Questionada sobre o novo ciclo de imigração no Brasil, com a chegada de haitianos, senegaleses e outras nacionalidades, em busca de melhores condições de vida, Cleodes disse que temos um compromisso de acolher as pessoas que vêm de fora. “A solidariedade humana está acima de todas as circunstâncias e trâmites legais. E esta não é uma responsabilidade apenas do governo, mas de toda a sociedade”, argumentou a pesquisadora.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC