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Ainda vai piorar, afirma economista Marcelo Portugal sobre crise

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Publicado em 13/07/2015

Marcelo Portugal palestrou na reunião-almoço da CIC nesta segunda-feira (13) - Foto: Julio Soares/Objetiva
Marcelo Portugal palestrou na reunião-almoço da CIC nesta segunda-feira (13) - Foto: Julio Soares/Objetiva

Evitar projetos de expansão ou modernização, ser conservador no mix de produtos, manter estoques enxutos, cortar custos que não sejam indispensáveis à manutenção do negócio, cuidar com as vendas a prazo e ficar atento ao “momento da virada” para ganhar participação no mercado. Estas foram as principais recomendações do economista Marcelo Portugal, palestrante da reunião-almoço que a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) realizou nesta segunda-feira (13), dentro da programação da 10ª Semana do Comércio e Serviços, ao falar sobre os riscos e oportunidades do atual cenário econômico brasileiro. “Ainda vai piorar antes de melhorar”, prevê o economista.

Ao analisar as perspectivas futuras da economia, Marcelo Portugal disse acreditar que o crescimento do PIB deve ficar abaixo de zero em 2015, com a inflação beirando os 9,5%. A melhora da atividade econômica deve continuar lenta no próximo ano, enquanto a inflação deverá cair para índices próximos a 5%. O economista também ponderou que o comércio já sofre com a elevação da taxa de juros, com o aperto do crédito e com a redução da renda das famílias em função da inflação. “Acabou a era de ouro do comércio, verificada entre 2004 e 2014. Uma elevação do desemprego pode aumentar a inadimplência e piorar as coisas”, prevê.

A indústria, por sua vez, na opinião do economista, terá um ano muito ruim, e somente no final do ano poderá sentir algum impacto positivo em função da desvalorização do câmbio. Os piores resultados vêm das indústrias que produzem bens de capital e bens de consumo durável; já o melhor desempenho deve vir da agropecuária, ressaltou. Ele considerou que as políticas setoriais são um erro de gestão do governo Dilma Rousseff, por privilegiarem e criarem facilidades apenas para os “amigos do rei”. Portugal defendeu medidas horizontais de incentivo a todos os setores. “Essa política de olhar para a árvore em vez de olhar para a floresta fracassou”, comentou.

O cenário político, por sua vez, é incerto na opinião do palestrante da reunião-almoço de hoje. “Com a ‘renúncia branca’ da presidente Dilma, ela entrou na onda da terceirização: terceirizou a gestão econômica ao ministro Joaquim Levy e a gestão política ao vice-presidente Michel Temer”, assinalou. Para Marcelo Portugal, o ritmo da recuperação pós-2016 vai depender do empenho do governo em corrigir os erros do primeiro mandato.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC