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Jornalista ressalta papel da imprensa na luta contra corrupção

Gerais

Publicado em 29/06/2015

Luiz Cláudio Cunha palestrou na reunião-almoço da CIC realizada em parceria com a ARI Serra Gaúcha - Foto: Julio Soares/Objetiva
Luiz Cláudio Cunha palestrou na reunião-almoço da CIC realizada em parceria com a ARI Serra Gaúcha - Foto: Julio Soares/Objetiva

Ao abordar a relação entre jornalismo e poder, o jornalista Luiz Cláudio Cunha, palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta segunda-feira (29), afirmou que "o governo, qualquer governo, faz mal à imprensa e a imprensa, toda a imprensa, faz bem ao governo, principalmente quando critica". Cunha foi o convidado do evento que integrou a programação do 8º Diálogos da Comunicação, uma iniciativa da Diretoria de Comunicação e Marketing da CIC e Associação Riograndense de Imprensa (ARI) - Seccional Serra Gaúcha, que teve como tema O papel do jornalismo na luta contra a corrupção no Brasil. "Esta luta não é só do jornalista, mas de toda a sociedade. O jornalismo é a ferramenta da sociedade na busca pela verdade, doa a quem doer", sustentou.

De acordo com Cunha, o governo não precisa do 'sim' da imprensa, mas evolui com o 'não' da imprensa. "A proximidade da imprensa com o governo abafa, distorce o jornalismo. A distância entre governo e imprensa é conveniente para ambos, útil para a sociedade e saudável para a verdade", ponderou.

Além de falar sobre a ética no jornalismo e de reprisar episódios importantes da história política recente do País, principalmente o período da ditadura militar, Luiz Cláudio Cunha analisou as perspectivas do futuro do jornalismo a partir do advento da internet e das plataformas digitais e consequente encolhimento das mídias tradicionais. Ele contrariou a ideia defendida por profissionais do mercado jornalístico de que a sobrevivência do jornalismo impresso não está ameaçada. Cunha apresentou dados que mostram que os brasileiros já passam mais tempo navegando na internet do que assistindo à televisão, que segue como meio de comunicação predominante no Brasil. "A internet é um fenômeno que está estraçalhando a forma tradicional de fazer mídia", afirmou.

Ao ser questionado, Luiz Cláudio Cunha se posicionou radicalmente contra a regulação da mídia, por entender que se trata de censura. Criticou também o excesso de partidos políticos no Congresso e a falta de identidade partidária das principais siglas, como PMDB, PT e PSDB. "Hoje, o PT é essa vergonha nacional, perdeu suas bandeiras, virou o partido do cabide; o PMDB virou isso que a gente está vendo, uma prova da involução da espécie; e o PSDB lidera o ranking dos fichas sujas", disse.

Luiz Cláudio Cunha é vencedor dos prêmios Esso de Jornalismo, Jabuti e Vladimir Herzog, no Brasil, e do prêmio Casa de Las Américas, em Havana. Cunha possui o título de 'Notório Saber em Jornalismo' pela Universidade de Brasília (UnB) e é autor de reportagens sobre Direitos Humanos que resultaram em livros editados pela LPM Editores "Sequestro dos Uruguaios" e "Operação Condor".

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC